Projeto Cultura de Paz

O Projeto Cultura de Paz nasceu como forma de contribuir com a erradicação da violência que se tornou constante pós pandemia nos portões das escolas da região, foi uma demanda levantada e apresentada pelas famílias e direção das escolas.

Os encontros acontecem dentro da sala de aula da escola parceira, ocasião em que são trabalhados temos como valores humanos, educação para direitos humanos, mediação de conflitos, sustentabilidade e práticas de vivência. O objetivo é contribuir para que o adolescente adquira um maior autoconhecimento, o conhecimento do outro, da comunidade e do mundo para a fomentação de uma Cultura de Paz.

A proposta do projeto é inserir nas escolas, locais de trabalho, ou outras organizações sociais um ambiente de respeito para que a diferença não seja tratada de modo excludente, com desrespeito e violência. Para que isso aconteça, é importante trabalhar e refletir com os adolescentes as competências socioemocionais: modo como o indivíduo se manifesta nos modos de pensar, sentir e nos comportamentos ou atitudes para se relacionar consigo mesmo e com os outros.

Sabe-se que a escola é um espaço de realidades diversas, não diferente da realidade social fora de seus muros. Por isso, é extremamente necessário e urgente conscientizar o aluno da importância do “bem viver”, priorizando a formação de valores e a ética, despertando o potencial da humanização de forma responsável, crítica e democrática.

Vivências e experiências de valores como respeito, educação, ética, convivência, diálogo e cooperação são muito importantes para a vida em sociedade e são temas tratados nos encontros realizados pelo Projeto Cultura de Paz. Observa-se que o impacto deixado pela pandemia do corona vírus é grande e afetou de modo muito significativo os adolescentes. Valores fundamentais para o convívio social têm sido deixados de lado e substituídos por atos de violência psicológica e até mesmo física. Diante disso compreendemos que, para melhorar as relações humanas, é preciso implementar ações envolvendo a cultura de paz nos diversos ambientes frequentados por crianças e adolescentes.

Desse modo, é importante entender que a cultura de paz não significa, necessariamente, a falta de conflitos, como bem nos ensina o educador Paulo Freire. Cultura de paz é a possibilidade de indivíduos conviverem e se relacionarem de forma respeitosa e dialogal. A proposta é elaborar um processo democrático e de construção, onde todos tenham o direito de falar, de ouvir, de conversar.

Violência nas escolas

O que diz o Anuário Brasileiro
de Segurança Pública/Ano 2023

“Como as principais instituições educacionais, as escolas, podem criar as condições para prevenir que subsistam as situações de violência e atentado à vida em meio a armas que se voltam para elas próprias? Os recentes ataques ou tentativas de ataques violentos a escolas no Brasil tornam urgente a formulação de políticas públicas de prevenção desse grave fenômeno social. De 2002 a 2022 foram consumadas ao menos 16 ocorrências dessa natureza no país. Somam-se a elas outras sete transcorridas em 2023. Motivados sobretudo por discursos de ódio, bullying, racismo, misoginia, intolerância étnica ou religiosa, tais ataques exigem uma resposta pública que compreenda e considere a complexidade do fenômeno, induzindo a pesquisa e análise de informações disponíveis que auxiliem na identificação das demandas prioritárias para o enfrentamento do problema.”

Texto retirado do Anuário Brasileiro de Segurança Pública/Ano 2023

“Os dados mais recentes oriundos da Prova Brasil, do MEC e do INEP, nos mostram que a percepção de violência por professores e diretores atingiu níveis alarmantes. Há relatos de tiroteios ou bala perdida em ao menos 1,7% das escolas brasileiras, de situações de assédio sexual em 2,3%, e de interrupção do calendário letivo de 2021 em decorrência de episódios de violência em 0,9% das escolas. Pode parecer pouco, mas isso significa que milhares de alunos e alunas, bem como professores e professoras têm na violência uma das experiências mais indeléveis de suas trajetórias pessoais e profissionais; da sua relação com a escola. São muitos, portanto, os desafios que se impõem para que a educação realize, em meio ao fogo cruzado, sua função social de fazer com que o saber sistematizado seja criticamente apropriado pelos estudantes e, ademais, capacite-os à participação cidadã na vida social do país.”

Fonte: forumseguranca.org.br